sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

It's My Life


E muitas coisas na minha vida podem não ser exatamente bonitinhas, as coisas não aconteceram como deveriam, não tive festa de 15 anos, não fui em nenhuma das formaturas que tive ao longo da vida, não fui pra faculdade, não tive namoradinhos na minha adolescência, não tive 1°, 2° ou 3° porre, quando criança não gostava (e ainda não gosto) da Xuxa, nunca matei aula e nunca acreditei em Papai Noel.
E aí o que essa menina fez da vida?
Pois é minha gente, não vivi conforme o script, não porque não quis, já quis tanto ser adequada, lutei muito para ser uma mocinha como aquelas da Malhação, minha mãe praticamente me obrigava a ir às festinhas onde as outras mocinhas iam, e eu ia e voltava me sentindo o coco do cavalo do bandido, meu 1° beijo foi aos 14 anos, o cara mais gostosão da escola cismou comigo e eu não tive argumento, fiquei com ele e desta vez me senti a mosca no coco do cavalo do bandido, então assumi meu papel de esquisita e estou fiel a ele até hoje.
A vida não precisa acontecer da mesma maneira para todo mundo. Eu li mais livros do que qualquer pessoa que conheço, fiz meu curso de comissária que apesar de não me dar o retorno que eu esperava moldou a minha personalidade e me ensinou sim a voar, não como Santos Dumont, mas como Rafaela (meu nome), trabalhei na Polícia por dois anos e superei preconceitos e frescuras que algumas pessoas não superam em uma vida inteira... Trabalhei num hotel onde tive que limpar o chão, servir mesa, arrumar quartos e receber os hospedes, trabalhava aos sábados, domingos e feriados, meu salário era exatamente um salário mínimo, nesta época eu chegava em casa e chorava todo santo dia, porque eu já tinha me formado como comissária e estava começando a notar que não ia rolar, mas sou tão comissária, tão profundamente comissária que nunca, nunca deixei de sorrir e tratar cada hóspede que passou por aquele hotel com a mais pura delicadeza... então mesmo tendo desistido de voar profissionalmente, vou carregar este sentimento por toda a minha vida...
Preciso sim fazer uma faculdade, preciso sim ir ao médico, preciso amar os animais, as criancinhas e os velhos, preciso reciclar meu lixo, preciso gostar de estudar, beber cerveja (só no fim de semana), preciso ter vida social, ser boa profissional, boa filha, não parar de sonhar... Ah eu quero que tudo isso vá à merda!!!
Ai que feio né? É feio, minha vida não é bonitinha, mas eu tô vivendo, tô amando, só estou perdida profissionalmente e com problemas financeiros que me impedem de fazer um monte de coisas, mas por favor, não façam aquela cara de quem tem pena de mim porque minha vida não aconteceu conforme o script, respeitem minha história, ela aconteceu, acontece e vai continuar acontecendo conforme as barreiras que me foram impostas e o coração manhoso que eu tenho... Portanto me permito acreditar que nenhuma felicidade é maior ou mais legítima que a minha só porque ela é mais comum...
e só pra finalizar "Não me encha os pacová"

Bjinhos

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Eu Acredito em Fadas


Sabe aquela história de "cada vez que alguém diz que não acredita em fadas, uma pequena fada cai morta em algum lugar", pois bem, vou gritar bem alto EU ACREDITO EM FADAS!
Acordei com esta frase na minha cabeça, eu sei, com tanto problema na vida, desempregada, sem money, colecionando fracassos (putz que trágico), e ainda assim pensando em fadas...
Toda mulher é louca (pelo menos as interessantes), eu sou completamente louca (não que eu seja assim tão interessante), já tive muita vontade de sumir, levar uma vida bizarra, não tomar banho e jogar todo mundo no vento... Muita vontade de matar fadas. É difícil enlouquecer, existem pessoas, existem lugares, existem lembranças, existem sonhos, existem fadas... A loucura é santa, é preciso que ela exista, mas enlouquecer exige um baita (tatuí) bom senso... Enlouquecer exige respeitar o sentimento dos outros, enlouquecer exige responsabilidade e exige a meta de ser feliz... Enlouquecer não é pisar no sentimento do outro, enlouquecer não é desrespeitar lembranças e compromissos, enlouquecer é ter coragem de assumir a própria vida e bancar todas as escolhas, por mais "erradas" que sejam... Eu nunca na vida julguei as loucuras dos outros, minha mãe traiu meu pai, me deixou morando com ele e foi embora de casa com o amante, sou a menos indicada para julgar quem quer que seja, eu simplesmente entendi que ela precisou enlouquecer kkkk... A risada é verdadeira, sofri? óbvio que sim, mas ela precisava disso para ser feliz, ela não conseguiu, dedo podre pra homem é um caso sério, mas ela bancou cada uma das escolhas que fez, assumiu ser apontada na rua como a mulher que traiu o marido e abandonou os filhos, aprendeu a trabalhar e cuidar de si mesma, apesar de tudo que ela fez e das coisas que ainda faz (o tal dedo podre é %¨%#), enfim minha mãe tem meu respeito e meu amor porque respeitou os próprios sentimentos, abdicar da própria vida não é demonstração de amor, é demonstração de fraqueza e tem um preço que eu não gostaria de pagar atualmente...
Continuemos sendo loucas, mas sempre em nome da felicidade, enlouqueçamos em causa própria, não é inteligente enlouquecer para afetar quem não merece assim tanta atenção... Parem de matar as fadas em nome da loucura santa!!!!