sábado, 24 de outubro de 2009

Folhas ao Vento


Não gosto do óbvio, quando a vida fica assim, sinto como se precisasse fazer alguma coisa para mudar tudo, bagunçar um pouco as coisas. Tenho uma vontade imensa de fazer alguma bobagem, algo que nunca fiz, saltar de pára-quedas, fazer uma tatuagem, escalar uma montanha, me apaixonar por um cara muito errado... Gosto de balançar minha vida, perder o chão, mas nunca senti o chão tão sólido quanto neste último ano, acho que desaprendi a fazer as coisas ficarem interessantes, estou com uma coisa chamada por mim mesma de “tédio crônico”.
Sempre tive muita vontade de ver o mundo,quando tinha oito anos, ganhei uma coleção de lápis importados, cada um de um país diferente, guardava tudo no fundo falso de um estojo cor de rosa. Quando estava sozinha, colocava tudo na ordem de lugares que gostaria de conhecer primeiro, aí me roubaram o estojo com meus lápis e meus sonhos. Mas nunca me levaram a sensação de não me adequar aos lugares. Não importa onde eu esteja ou com quem, sempre me sinto a exceção... Não é como se não gostasse da minha família e dos meus amigos, é só um desejo imenso de me jogar no que desconheço, sempre e somente assim me sinto viva.
Ah sei lá, não gosto da ordem natural das coisas, nunca me vi como árvore cheia de raízes, sempre tive pena delas, lindas, coloridas, transpirando vida e estáticas, não, sempre invejei as folhas, aquelas que caem no outono e voam, para onde? Para onde quiserem, foram folhas bem comportadas por tempo demais, mas no outono tudo muda de lugar. Sou exatamente isso, folha desejando não pertencer...
Beijinhos